Quando falamos em infraestrutura elétrica de médio e grande porte, um elemento indispensável à segurança e eficiência é o projeto de subestação aérea. Esse tipo de instalação é responsável por transformar os níveis de tensão, garantir a estabilidade da rede elétrica e distribuir a energia de forma segura para diversos tipos de edificações, indústrias, empreendimentos comerciais ou loteamentos residenciais.
Logo no primeiro momento, é fundamental compreender que um projeto de subestação aérea exige alto nível técnico, cumprimento rigoroso das normas da ABNT, autorização das concessionárias locais e acompanhamento por engenheiros eletricistas habilitados. Além disso, seu planejamento e execução envolvem várias etapas — desde os estudos preliminares até os testes finais de comissionamento.
Neste artigo, você vai descobrir tudo o que precisa saber sobre o assunto: como funciona uma subestação aérea, qual sua finalidade, como é feita a instalação, o que deve conter um bom projeto executivo, quais erros devem ser evitados e por que contar com um projeto profissional é essencial.
Continue lendo e entenda, passo a passo, cada aspecto que envolve um projeto de subestação aérea — com informações técnicas, exemplos práticos e orientações valiosas para quem deseja segurança, economia e confiabilidade na instalação elétrica de sua obra.
O Que é uma Subestação Aérea?
Uma subestação aérea é uma instalação elétrica que realiza a transformação de níveis de tensão para que a energia possa ser distribuída adequadamente aos consumidores finais. Como o próprio nome indica, sua estrutura é instalada em suportes aéreos — geralmente em postes de concreto armado ou metálicos — com equipamentos fixados na parte superior.
Essas subestações fazem parte do sistema elétrico de potência (SEP) e cumprem a função de interligar as redes de transmissão e distribuição, ajustando a tensão conforme a necessidade de cada consumidor. Ou seja: recebem energia em alta tensão da concessionária e a transformam em média ou baixa tensão para abastecer a carga instalada em um empreendimento.
São muito comuns em:
- Condomínios residenciais e industriais;
- Centros logísticos;
- Supermercados e shopping centers;
- Loteamentos;
- Estações de bombeamento;
- Estações de tratamento de água e esgoto;
- Pequenas indústrias.
A principal vantagem das subestações aéreas em relação às abrigadas (ou compactas) é o custo reduzido de construção, além da facilidade de manutenção e inspeção visual. Por outro lado, exigem mais cuidados com segurança, principalmente em áreas urbanas ou de acesso público.
Por Que Investir em um Projeto de Subestação Aérea?
Antes de realizar qualquer tipo de instalação elétrica de alta tensão, é obrigatório elaborar um projeto de subestação aérea. Esse projeto é o documento técnico que define todos os detalhes da instalação: desde o dimensionamento dos transformadores até a escolha dos cabos, proteções, aterramentos e dispositivos de manobra.
Mas não se trata apenas de uma exigência legal. O projeto é essencial para garantir:
- Segurança da instalação e das pessoas;
- Conformidade com as normas técnicas;
- Redução de custos com manutenção e consumo;
- Atendimento aos requisitos da concessionária;
- Facilidade de operação e manobra da rede elétrica;
- Otimização da vida útil dos equipamentos.
Sem um projeto adequado, os riscos são altos: curtos-circuitos, queima de equipamentos, multas por não conformidade, desligamentos frequentes e até incêndios. Portanto, se você pretende construir ou ampliar uma instalação elétrica que demanda potência acima de 75 kVA, o projeto de subestação aérea é indispensável.
Etapas de um Projeto de Subestação Aérea
Agora que você já sabe a importância do projeto, vamos entender suas etapas principais. Cada fase tem objetivos bem definidos e exige conhecimento técnico aprofundado. A seguir, detalhamos todas as etapas fundamentais para garantir um projeto completo e eficiente:
1. Levantamento de Dados
Tudo começa com o levantamento de informações técnicas da carga instalada e do local de instalação. Nessa fase, são analisados:
- Demanda de potência ativa (kW) e reativa (kVAR);
- Fator de demanda e fator de carga;
- Tipo de edificação e uso da energia;
- Condições ambientais (temperatura, umidade, salinidade);
- Distância até o ponto de entrega da concessionária;
- Acessos, topografia e visibilidade do local.
Esses dados servem de base para as próximas etapas do projeto. Qualquer erro aqui pode comprometer a segurança e o desempenho da subestação.
2. Definição do Tipo de Subestação
Existem diversos tipos de subestação, e a escolha deve considerar aspectos técnicos e econômicos. No caso das subestações aéreas, podem ser:
- Simples poste único;
- Poste duplo em H;
- Estrutura metálica com braço;
- Estrutura mista (poste + abrigo).
A decisão leva em conta a potência necessária, espaço disponível, restrições da concessionária e facilidade de manutenção.
3. Dimensionamento dos Equipamentos
Nessa fase, o engenheiro eletricista calcula e especifica:
- Potência do transformador (kVA);
- Classe de tensão;
- Tipo de ligação (DYN1, DYN11, etc.);
- Cabos de entrada e saída;
- Dispositivos de proteção (fusíveis, religadores, disjuntores);
- Estrutura de suporte;
- Barramentos e conexões;
- Sistema de aterramento;
- SPDA (sistema de proteção contra descargas atmosféricas).
Além disso, é feita a coordenação e seletividade entre as proteções, visando garantir que apenas a parte afetada do sistema seja desligada em caso de falha.
4. Elaboração dos Desenhos Técnicos
Todo o projeto é representado por meio de pranchas técnicas, geralmente em formato DWG ou PDF, contendo:
- Planta de situação da subestação;
- Diagrama unifilar completo;
- Detalhes de montagem dos transformadores;
- Esquema de aterramento;
- Detalhes construtivos da estrutura aérea;
- Lista de materiais e quantitativos.
Esses documentos são utilizados tanto para aprovação na concessionária quanto para a execução da obra.
5. Memorial Descritivo e Cálculos
O memorial descritivo acompanha os desenhos e traz explicações detalhadas sobre:
- Objetivo do projeto;
- Critérios adotados;
- Normas técnicas seguidas;
- Metodologia de cálculo;
- Justificativas de dimensionamento;
- Equipamentos previstos.
É um documento essencial para a aprovação legal e para a execução segura da obra.
6. Aprovação na Concessionária
Antes de iniciar a construção, o projeto precisa ser submetido à concessionária de energia local (Cemig, Enel, Energisa, CPFL, etc.). Cada concessionária tem exigências próprias, e é responsabilidade do engenheiro projetista garantir que o material esteja em total conformidade.
Somente após a aprovação, a obra pode ser iniciada.
Normas Técnicas Aplicáveis ao Projeto de Subestação Aérea
Quando falamos em projeto de subestação aérea, não podemos ignorar o conjunto de normas técnicas que regem desde a concepção até a execução e manutenção da instalação. A conformidade com essas normas garante segurança, funcionalidade e aprovação junto às concessionárias de energia.
Principais normas da ABNT
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) oferece uma base sólida para o desenvolvimento desses projetos. Dentre as principais, destacam-se:
- NBR 14039 – Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV;
- NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão;
- NBR 5419 – Proteção contra descargas atmosféricas (importante para a proteção da subestação);
- NBR 15214 – Projeto e execução de subestação aérea de distribuição de energia elétrica até 36,2 kV;
- NR 10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade (indispensável para todos os envolvidos no projeto e execução);
- NR 12 – Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos (quando a subestação estiver inserida em ambiente industrial).
Além disso, as normas e exigências específicas das concessionárias de energia elétrica locais devem ser rigorosamente atendidas. Cada concessionária possui manuais técnicos próprios, como o padrão de entrada de energia, tabelas de distâncias mínimas e guias para solicitação de parecer de acesso.
Etapas do Projeto de Subestação Aérea
O desenvolvimento de um projeto de subestação aérea envolve diversas etapas técnicas e documentais que precisam ser conduzidas por um engenheiro eletricista com experiência no setor. Cada fase tem sua importância e contribui para o sucesso da implantação e operação da subestação.
1. Levantamento de informações preliminares
Antes mesmo de iniciar o desenho técnico, é fundamental compreender as necessidades reais do cliente. Nessa fase são definidos:
- A demanda total da instalação (em kVA);
- A tensão de fornecimento disponível na rede da concessionária;
- A finalidade da instalação (industrial, hospitalar, comercial, etc.);
- A localização exata da futura subestação e o tipo de solo;
- A possibilidade de expansão futura, que pode impactar na escolha de equipamentos.
Esse levantamento pode incluir uma visita técnica, coleta de dados do local, análise de projeto arquitetônico (quando há) e diálogo com o cliente para entender suas operações.
2. Estudo de viabilidade
Nem sempre é possível instalar uma subestação aérea. Por isso, o engenheiro avalia aspectos como:
- Recuos obrigatórios da edificação;
- Interferências com redes elétricas, árvores, muros e vias públicas;
- Pontos de ancoragem para postes e estruturas metálicas;
- Topografia do terreno e condições ambientais.
Se a viabilidade for negativa, parte-se para alternativas como subestação abrigada ou abrigada compacta.
3. Dimensionamento elétrico
Com os dados em mãos, o engenheiro realiza os cálculos de:
- Demanda de carga total e demanda futura;
- Curto-circuito presumido;
- Dimensionamento do transformador (potência, classe de isolamento, configuração);
- Seccionamento da entrada (fusíveis, chaves seccionadoras, religadores);
- Dimensionamento de cabos, barramentos e proteções.
Além disso, é feito o estudo de seletividade e coordenação das proteções, garantindo segurança e continuidade de operação.
4. Escolha e especificação dos equipamentos
Nesta etapa são definidos os equipamentos principais, como:
- Transformador (geralmente trifásico a óleo, pedestal, com tensão de 13,8 kV para 220/127 V ou 380/220 V);
- Chaves fusíveis tipo expulsores;
- Para-raios com centelhador;
- Estrutura metálica ou de concreto armado para sustentação;
- Cabos de média tensão isolados;
- Painel de baixa tensão ou barramento blindado.
Cada componente é detalhadamente especificado no memorial descritivo, memorial de cálculo e lista de materiais do projeto.
5. Projeto executivo em 2D e 3D
Com todos os dados prontos, é elaborado o projeto técnico, geralmente em softwares como AutoCAD, AltoQi Builder, Revit e EPLAN, contendo:

- Planta de localização;
- Planta de situação;
- Diagrama unifilar da subestação;
- Detalhamento das conexões elétricas;
- Cortes e elevações;
- Planta de aterramento e SPDA;
- Lista de materiais;
- Memorial descritivo e memorial de cálculo;
- ART (Anotação de Responsabilidade Técnica).
O uso de modelagem 3D tem crescido exponencialmente, pois facilita a visualização e evita erros na montagem, principalmente em obras complexas.
Documentação Necessária para Aprovação do Projeto
Uma subestação aérea só pode ser construída após o projeto ser aprovado pela concessionária local de energia elétrica. Para isso, o engenheiro responsável deve protocolar junto à distribuidora todos os documentos exigidos, que variam conforme o estado, mas geralmente incluem:
- Projeto elétrico completo (plantas e diagramas);
- Memorial descritivo e de cálculo;
- Formulário de solicitação de parecer técnico;
- Laudo de aterramento (em alguns casos);
- ART do responsável técnico;
- Croqui de acesso e localização;
- Documentação da empresa ou proprietário (CNPJ, CPF, inscrição estadual, etc.).
Esse processo é chamado de Parecer de Acesso, e costuma demorar entre 15 e 45 dias úteis, dependendo da concessionária.
Processo de Aprovação junto à Concessionária
Após a entrega da documentação, a concessionária faz uma análise técnica para verificar se o projeto atende a todos os requisitos técnicos e de segurança. Esse processo segue três etapas principais:
1. Protocolo e análise inicial
O engenheiro protocola o projeto por meio do portal ou atendimento presencial da concessionária. A análise inicial verifica se todos os documentos foram entregues corretamente.
2. Análise técnica detalhada
Neste momento, os engenheiros da distribuidora avaliam:
- Conformidade com as normas técnicas;
- Capacidade da rede para atender à nova carga;
- Impactos no sistema elétrico existente;
- Necessidade de obras complementares (como reforço de rede).
3. Emissão do parecer de acesso
Se aprovado, é emitido o Parecer de Acesso, autorizando a construção da subestação. Se houver exigências técnicas, o projeto precisa ser revisado.
Esse processo pode incluir vistorias e reuniões técnicas, especialmente em projetos acima de 300 kVA.
Custos Envolvidos em um Projeto de Subestação Aérea
Uma das dúvidas mais comuns é: quanto custa um projeto de subestação aérea?
1. Custo do projeto elétrico
O valor do projeto executivo varia conforme:
- A potência da subestação (75, 112,5, 150, 300, 500, 1000 kVA ou mais);
- O nível de detalhamento (2D ou 3D, memorial de cálculo, modelagem);
- A necessidade de acompanhamento da aprovação junto à concessionária;
- Se há serviços adicionais (como estudo de curto-circuito, seletividade, SPDA, laudo termográfico).
Projetos pequenos podem variar entre R$ 3.000 a R$ 8.000, enquanto projetos industriais de grande porte chegam a R$ 15.000 ou mais, apenas na parte de projeto.
2. Custo dos equipamentos e montagem
A montagem da subestação inclui:
- Postes ou estruturas metálicas;
- Transformador;
- Chaves seccionadoras e fusíveis;
- Para-raios;
- Cabos de MT e BT;
- Aterramento completo (eletrodos, cabos, barramentos);
- Painel de distribuição BT.
O custo total de implantação (materiais + mão de obra) pode variar entre R$ 60.000 e R$ 300.000, dependendo da potência e da complexidade do projeto.
Erros Comuns no Projeto de Subestação Aérea
A contratação de profissionais não especializados pode gerar sérios problemas técnicos e legais. Veja alguns erros comuns:
- Dimensionamento incorreto do transformador, levando a subdimensionamento ou desperdício de energia;
- Ausência de projeto de aterramento, colocando vidas e equipamentos em risco;
- Escolha errada dos cabos de média tensão, que não suportam as cargas previstas;
- Erro na distância entre estruturas, causando conflitos com normas e rejeição pela concessionária;
- Projeto fora dos padrões da concessionária local, exigindo revisões demoradas;
- Falta de ART e responsável técnico, tornando a obra ilegal e insegura.
Evitar esses erros é um dos principais motivos para contratar um engenheiro eletricista experiente.
Vantagens da Subestação Aérea em Relação a Outros Tipos
Comparada com outros modelos, como a subestação abrigada ou compacta, a subestação aérea possui vantagens importantes:
- Custo mais baixo de implantação, por dispensar obras civis complexas;
- Facilidade de manutenção, pois os componentes estão visíveis e acessíveis;
- Rapidez na instalação, com menor tempo de obra;
- Flexibilidade, podendo ser relocada com menos esforço;
- Adequação a áreas externas e terrenos amplos.
Por outro lado, exige mais espaço e precisa atender aos recuos mínimos exigidos pelas concessionárias.
Componentes Essenciais de uma Subestação Aérea
1. Transformadores
O transformador é o coração da subestação. Ele tem a função de alterar a tensão elétrica recebida da concessionária, adequando-a às necessidades da instalação. Em subestações aéreas, geralmente se utilizam transformadores monofásicos ou trifásicos montados em postes, do tipo pedestal ou tipo plataforma.
Esses transformadores podem ser a óleo ou secos, e a escolha depende de fatores como:
- Potência demandada pela instalação;
- Espaço disponível;
- Normas técnicas da concessionária;
- Questões ambientais (transformadores secos são mais usados em locais com risco ambiental).
O correto dimensionamento do transformador evita perdas energéticas e sobrecargas, aumentando a segurança e a eficiência do sistema.
2. Chaves Fusíveis e Disjuntores
A proteção contra sobrecorrentes e curtos-circuitos é feita com chaves fusíveis ou disjuntores. As chaves fusíveis são bastante utilizadas em subestações aéreas pela simplicidade, baixo custo e eficiência.
Disjuntores, por sua vez, oferecem a vantagem de religamento automático e maior controle. Em projetos mais robustos ou que exigem maior continuidade de fornecimento, o uso de disjuntores é indicado.
3. Estrutura Metálica ou de Concreto
A estrutura da subestação aérea é geralmente instalada em postes de concreto armado, que sustentam os equipamentos e garantem o isolamento necessário. A disposição física deve atender às normas da concessionária, garantindo distâncias mínimas entre fases, aterramento e segurança operacional.
4. Barramentos
Os barramentos são condutores elétricos que interligam os componentes da subestação. Eles devem ser dimensionados para suportar as correntes previstas, com margem de segurança. Em subestações aéreas, os barramentos geralmente são constituídos por cabos de alumínio ou cobre, montados em estruturas isoladas.
Tipos de Subestações Aéreas
Existem diferentes classificações para subestações aéreas, de acordo com sua função e configuração. As principais são:
a) Subestação Aérea de Distribuição
Responsável por receber a energia da rede de média tensão (13,8kV ou 34,5kV, por exemplo) e transformá-la em baixa tensão (220V ou 380V), para uso em instalações residenciais, comerciais ou industriais.
b) Subestação Aérea de Rebaixamento
É um tipo específico de subestação de distribuição que apenas reduz a tensão da rede para valores utilizáveis na instalação. Muito comum em áreas industriais, comércios de médio porte e áreas rurais.
c) Subestação Aérea Compartilhada
Utilizada por dois ou mais consumidores, normalmente em loteamentos ou áreas industriais. Exige projeto e responsabilidades compartilhadas, além de aprovação da concessionária.
Normas Técnicas Aplicáveis
Para o correto projeto, instalação e operação de subestações aéreas, diversas normas técnicas devem ser seguidas, entre elas:
- NBR 14039 – Instalações elétricas em média tensão;
- NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão;
- NR-10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade;
- Normas da concessionária local – Cada empresa de energia pode ter exigências específicas.
Ignorar essas normas pode acarretar em:
- Multas da concessionária;
- Interdição da subestação;
- Risco à vida humana;
- Perda de garantias de equipamentos;
- Dificuldades com seguros e órgãos reguladores.
Documentação e Responsabilidades Técnicas
Projeto Elétrico Legalizado
Todo projeto de subestação aérea deve ser elaborado por engenheiro eletricista habilitado, com emissão de ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) junto ao CREA. O projeto deve contemplar:
- Diagrama unifilar;
- Memorial descritivo;
- Lista de materiais;
- Cálculo de demanda e perdas;
- Estudo de curto-circuito;
- Sistema de proteção e aterramento.
A ausência de projeto legalizado pode inviabilizar o fornecimento de energia pela concessionária e representar um risco jurídico ao empreendimento.
Licenças e Aprovações
O projeto precisa ser aprovado pela concessionária local. Cada distribuidora possui um procedimento específico para análise, aprovação e vistoria. Somente após a aprovação é que se pode iniciar a construção e instalação da subestação aérea.
Dimensionamento de Subestação Aérea
Etapas do Dimensionamento
- Levantamento de carga: Avaliar a demanda total da instalação.
- Determinação da demanda simultânea: Utilizar fatores de simultaneidade para ajustar o dimensionamento.
- Escolha da tensão: Verificar qual tensão será utilizada (13,8kV ou 34,5kV, por exemplo).
- Escolha do transformador: Definir a potência e o tipo do transformador adequado.
- Dimensionamento de proteção: Calcular os disjuntores e fusíveis necessários.
- Aterramento e SPDA: Garantir proteção contra choques e surtos elétricos.
- Estudo de coordenação e seletividade: Garantir que os dispositivos de proteção atuem de forma coordenada.
Passo a passo do projeto de subestação aérea
Realizar um projeto de subestação aérea exige organização, conhecimento técnico e atenção às normas. O passo a passo abaixo detalha as etapas necessárias para que o projeto seja desenvolvido com qualidade, segurança e eficiência.
1. Levantamento de dados e estudo de viabilidade
Antes de iniciar qualquer desenho técnico, é fundamental levantar todos os dados do local onde a subestação será instalada. Isso inclui:
- Demanda de carga (em kVA ou MVA).
- Categoria da instalação (residencial, comercial, industrial, rural etc.).
- Distância até a rede de distribuição da concessionária.
- Tipo de fornecimento (monofásico, bifásico, trifásico).
- Tensão primária disponível na rede pública.
- Condições do terreno e espaço disponível.
A partir desses dados, é possível analisar a viabilidade da implantação e determinar qual o tipo de subestação mais adequado — no caso, aérea.
2. Definição do ponto de entrega e aprovação prévia na concessionária
A concessionária local (como CEMIG, ENEL, COPEL, CPFL etc.) deve ser consultada para definir o ponto de entrega de energia e aprovar o projeto preliminar. Essa etapa envolve:
- Protocolo de solicitação junto à concessionária.
- Envio de croquis, dados de carga e memorial descritivo.
- Definição do ponto de conexão e tensão de fornecimento.
Esse processo é fundamental para evitar retrabalho, já que cada concessionária possui padrões específicos.
3. Dimensionamento dos equipamentos
Com as informações confirmadas pela concessionária, inicia-se o dimensionamento da subestação. Os principais itens a serem dimensionados incluem:
- Transformador: Potência compatível com a carga, com margem de crescimento.
- Disjuntores e fusíveis: Para proteção contra curto-circuito e sobrecarga.
- Chave seccionadora: Permite o desligamento para manutenção.
- Estrutura de suporte: Com base no padrão da concessionária.
- Sistema de aterramento: Garante a segurança das pessoas e equipamentos.
- SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas): Protege contra raios.
- Condutores e cabos: Dimensionados conforme a corrente e queda de tensão permitida.
4. Elaboração do projeto técnico
Com todos os dados e dimensionamentos em mãos, inicia-se a elaboração dos desenhos técnicos. Um projeto de subestação aérea completo deve conter:
- Planta de localização.
- Diagrama unifilar.
- Desenho da estrutura da subestação.
- Detalhes de aterramento e SPDA.
- Memorial descritivo completo.
- Lista de materiais.
- ART (Anotação de Responsabilidade Técnica).
O projeto pode ser desenvolvido em 2D (AutoCAD) ou em 3D (Revit, AltoQi Builder), o que facilita a visualização e comunicação com a equipe de obra.
5. Aprovação na concessionária
Após a elaboração, o projeto deve ser submetido à análise da concessionária. Em muitos casos, ela exige:
- Revisão de desenhos conforme seus padrões.
- Complementação de dados técnicos.
- Adequação ao manual de atendimento da região.
Só após a aprovação oficial da concessionária é possível seguir para a execução da obra.
6. Execução da obra
Com o projeto aprovado, é hora de executar. O acompanhamento da obra por um engenheiro eletricista é essencial para garantir que tudo seja feito conforme o projeto, respeitando:
- Normas de segurança NR-10 e NR-35.
- Qualidade dos materiais.
- Conformidade com os desenhos aprovados.
7. Comissionamento e energização
Por fim, a subestação passa por testes e comissionamento. O engenheiro verifica:
- Conexões e aperto dos terminais.
- Continuidade de aterramento.
- Funcionamento das proteções.
- Isolamento dos componentes.
- SPDA e resistência de aterramento.
Após os testes, é possível solicitar a energização junto à concessionária.
Exigências técnicas para projetos de subestação aérea
As exigências técnicas são regidas principalmente pelas normas da ABNT e os manuais das concessionárias. Entre as mais importantes:
- NBR 14039: Instalações elétricas em média tensão até 36,2 kV.
- NBR 5410: Instalações de baixa tensão.
- NBR 5419: Proteção contra descargas atmosféricas.
- NBR 15751: Critérios de projeto para instalações consumidoras com subestações.
- NR-10 e NR-35: Segurança em instalações e serviços em eletricidade.
Além disso, cada concessionária possui seus próprios cadernos de encargos e manuais com exigências específicas de montagem, distâncias mínimas, identificação e sistemas de proteção.
Exemplos práticos: quando e por que contratar uma subestação aérea?
A subestação aérea é indicada em casos como:
- Empresas que consomem mais de 75 kW: Obrigadas a receber em média tensão.
- Comércios com equipamentos de grande porte: Como supermercados, panificadoras e frigoríficos.
- Indústrias: Que operam com motores de alta potência.
- Condomínios e loteamentos: Com consumo elevado e necessidade de dividir o fornecimento.
Esses casos exigem fornecimento em média tensão (13,8 kV ou superior), o que só é possível com a instalação de uma subestação.
Além disso, a subestação aérea traz vantagens como:
- Custo mais baixo em relação à abrigada.
- Facilidade de manutenção.
- Maior agilidade na aprovação e execução.
- Redução de perdas elétricas.
- Capacidade de expansão futura.
Cuidados comuns ao projetar subestações aéreas
É comum encontrar erros em projetos de subestação aérea, principalmente quando não há acompanhamento técnico adequado. Alguns dos principais erros são:
- Dimensionamento incorreto do transformador: Pode causar quedas de tensão ou sobrecarga.
- Aterramento insuficiente: Compromete a segurança das pessoas.
- Ausência de SPDA: Aumenta o risco de queima por raios.
- Falta de proteção contra curto-circuito: Pode resultar em incêndios ou danos ao sistema.
- Não seguir os padrões da concessionária: Gera reprovação do projeto e atrasos na obra.
Por isso, é essencial contar com um profissional experiente, que domine tanto a parte técnica quanto os trâmites com a distribuidora.
Quanto custa um projeto de subestação aérea?
O custo pode variar conforme:
- Potência do transformador.
- Local da instalação.
- Nível de detalhamento exigido pela concessionária.
- Necessidade de laudos complementares (termografia, SPDA, aterramento etc.).
Em geral, o valor do projeto gira entre R$ 2.500,00 e R$ 8.000,00, dependendo da complexidade. Já a execução completa da subestação (equipamentos e montagem) pode passar de R$ 50.000,00, conforme o porte da instalação.
Por que contratar um projeto com empresa especializada?
Investir em um projeto de subestação aérea feito por uma empresa especializada, como a AG Engenharia Elétrica, traz vantagens importantes:
- Garantia de aprovação rápida junto à concessionária.
- Redução de riscos técnicos.
- Projeto em 2D ou 3D, facilitando a execução.
- Responsabilidade técnica com ART.
- Otimização de custos com dimensionamento correto.
Nós da AG Engenharia Elétrica oferecemos o projeto completo de subestação aérea em todo o Brasil, com atendimento 100% online ou presencial em Governador Valadares e região. Desenvolvemos o projeto conforme as normas da sua concessionária, com todo o suporte técnico necessário do início ao fim.
Solicite agora um orçamento gratuito e entenda como podemos te ajudar a economizar tempo e dinheiro com um projeto de qualidade e segurança garantida.